Editora da UFRJ publica o livro Imaginamundos: interfaces entre educação ambiental e imagens

A Editora NUPEM acaba de lançar o livro Imaginamundos: interfaces entre educação ambiental e imagens, dos autores Rafael Nogueira Costa, do Instituto de Biodiversidade e Sustentabilidade da UFRJ, Celso Sánchez, do Programa de Pós-Graduação em Educação da UNIRIO, Robson Loureiro, da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) e Sergio Luiz Pereira da Silva, do Programa de Pós-Graduação em Memória Social da UNIRIO.

O livro é fruto de um esforço coletivo e reúne 19 capítulos que versam sobre os múltiplos conceitos relativos à produção de estímulos visuais e sonoros. São distintas maneiras de interagir, produzir, assistir e se relacionar com imagens e sons e a reflexão é realizada por intelectuais de vários campos do conhecimento. É uma composição de um mosaico de olhares e de conceitos, como um quebra-cabeças. Imagina um inseto que observa o mundo pelo seu olho composto, os seus múltiplos ocelos! A imagem que forma em seu cérebro é como um emaranhado de feixes de luzes. Além disso, eles enxergam de uma maneira mais lenta do que a nossa.

Então, calma e olhares diferentes para o mesmo objeto, como o cinema, o audiovisual e a fotografia, que focam nos debates interessados no diálogo sinergético entre naturezas e culturas, sociedades e ambientes, corpos e mentes, imaginações e transformações, são os principais temas que os leitores e leitoras encontrarão nessa obra.  No final, como um rio que encontra com o mar, ele é diluído por três posfácios, escritos por intelectuais brasileiros que são referências no campo das Ciências Ambientais, da Antropologia, e, por fim, da Educação.

A partir dos textos, os leitores e leitoras são provocados para algumas reflexões: Quais são as formas de viver nesse mundo que ainda precisam ser experimentadas? Quais são as maneiras de viver que precisam ser reinventadas? Imaginar para transformar! Tão latente em nossa vida nos tempos atuais. É necessário imaginar novos mundos, por isso, IMAGINAMUNDOS. O livro é um convite para transformarmos esse mundo a partir do fortalecimento da capacidade imaginativa para uma educação livre das opressões e da ideia de superioridade de uns sobre os outros.

A obra é direcionada para os estudos da educação e da imagem (cinema, vídeo, artes visuais e fotografia) com um olhar para as complexidades das relações entre sociedade e natureza. Ou seja, ele pode contribuir para as Ciências Ambientais, Ciências Sociais, Educação e Comunicação e áreas afins. Pode ser lido por professores e professoras, cientistas e militantes da imagem. Além das pessoas que buscam nas imagens uma forma de expressão. Também pode ser lido por pessoas que estão imaginando novas formas de viver, novas maneiras de estudar, de criar, de se relacionar, se comunicar e interagir com os outros e com as múltiplas naturezas nas quais estamos ligados.

A história da obra

A ideia do livro Imaginamundos: interfaces entre educação ambiental e imagens surgiu como proposta para preencher uma lacuna nos campos da educação, educação ambiental e estudos do audiovisual (cinema, vídeo fotografia etc).

O plano inicial era uma publicação em parceria com o Departamento do Educação Ambiental do Ministério do Meio Ambiente (DEA/MMA), contando também com a parcerias de pesquisadores e pesquisadoras de vária universidades. Desde 2015, o Instituto de Biodiversidade e Sustentabilidade da UFRJ estabeleceu uma colaboração com o DEA/MMA a partir do Circuito Tela Verde (CTV), que era uma iniciativa de fomento e distribuição do audiovisual independente no Brasil.

Compreendendo a importância dessas produções e distribuições audiovisuais por meio de inúmeros canais, em todos os cantos do país, entendemos a relevância e a potência para o campo da educação ambiental. Foi a partir desta colaboração que os autores perceberam a ausência de reflexões teóricas sobre essa proliferação de produções audiovisuais. As publicações (artigos científicos, ensaios e livros) sobre a temática da imagem e suas múltiplas linguagens e possibilidades de interação com os campos da educação, em particular com a educação ambiental, são quase inexistentes no Brasil.  

Contudo, lastimavelmente, na primeira semana do ano de 2019 o Departamento de Educação Ambiental do Ministério do Meio Ambiente foi extinto, com a publicação de uma Portaria Ministerial, o que desarticulou várias ações importantes como o Circuito Tela Verde.

Diante disso, os autores decidiram dar continuidade ao projeto, mas sem a colaboração do Ministério do Meio Ambiente.

A temática do livro não se esgota nele mesmo

O principal impacto do livro é o de suscitar o pensamento crítico e inter/transdisciplinar, para ajudar a estimular a produção de ações sobre a urgência de se imaginar outros mundos possíveis, em que a questão ambiental tenha prioridade. Levar a mensagem de que não devemos aceitar as coisas como dadas e definitivas e que, para a construção de outro mundo, solidário, social e ambientalmente justo e fraterno, é fundamental a imaginação. Portanto, a obra reivindica a dimensão política da importância do ato de imaginar criticamente.

O tema é complexo e necessita reflexões contínuas e reatualizadas. Ele abre para novas possibilidades de análise, articula teses de vários pontos de vista e ao mesmo tempo promove uma sinergia sobre o tema. 

Mas não pense que os desafios para a construção do livro foram poucos. De acordo com Rafael Nogueira Costa, “uma obra coletiva é sempre mais complicada de ser realizada, pois envolve saber articular muitos olhares em tempos diferentes. Os desafios vão desde fazer o convite chegar aos grupos, pesquisadoras e pesquisadores de várias instituições, passando pela organização, formatação e revisão dos textos e a diagramação. Mas, no final, o resultado pode ser surpreendente. Reunimos textos distintos, olhares complementares sobre o mesmo assunto. Isso faz com que a temática ganhe profundidade. Dessa forma, percebe-se uma ampliação das análises e das reflexões. De maneiras distintas, as pessoas reunidas trazem suas experiências com imagens relacionadas com o mesmo eixo temático e proliferam narrativas e cosmovisões. Mas, sobretudo o trabalho revela a construção de uma rede, que a partir de agora tem uma articulação estabelecida e comprova que fazer ciência, é uma atividade essencialmente coletiva. “

Ele ainda completou: “Somos gratos a aqueles e aquelas que de uma maneira geral contribuíram direta ou indiretamente para o trabalho, em particular agradecemos a Editora Nupem da UFRJ, por ter viabilizado essa publicação. A editora universitária da UFRJ, vinculada ao Instituto de Biodiversidade e Sustentabilidade, é um espaço importantíssimo para promoção de reflexões e estão disponíveis de maneira gratuita, contribuindo assim, para a democratização do conhecimento, uma das principais funções da universidade pública. O livro contou ainda com o Apoio da Capes e do CNPq.”

E se você ficou interessado em conhecer a obra, a boa notícia é que ela está disponível para download gratuito. Basta clicar aqui para baixar o livro completo.

Capa do livro Imaginamundos: interfaces entre educação ambiental e imagens

Fernanda de Carvalho

Fernanda de Carvalho é Engenheira Florestal formada pela Universidade Federal de Viçosa (UFV) e Mestre em Ambiente, Sociedade e Desenvolvimento pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Continuou seus estudos na Technische Universität München, Alemanha, onde cursou disciplinas do Mestrado em Manejo de Recursos Sustentáveis com ênfase em Silvicultura e Manejo da Vida Selvagem. Dedicou parte da sua carreira a projetos de Educação Ambiental e pesquisas relacionadas à Celulose e Papel. Trabalhou com Restauração Florestal e Formação Ambiental no Meio Ambiente Florestal da Suzano S/A e como Consultora de Comunicação da Ocyan S/A. É conhecida no setor florestal pelos artigos publicados no blog Mata Nativa.

2 comentários em “Editora da UFRJ publica o livro Imaginamundos: interfaces entre educação ambiental e imagens

  • 28 de novembro de 2020 em 17:06
    Permalink

    maravilhoso livro, layout, organização, temática e autores. uma enorme contribuição à educação ambiental, com estímulos de novas obras! PARABENS

  • 2 de dezembro de 2020 em 18:42
    Permalink

    O tema é urgente e necessário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *